Com prefácio de Theodore Dalrymple e em edição bilíngue, A História de Rasselas, Príncipe da Abissínia é uma fábula reverenciada por autores como Coleridge, Jane Austen e C. S. Lewis. Ela ensina que a felicidade não é algo que se conquiste, já que quem se ocupa de procurá-la acaba deixando de viver. Os filhos do Rei da Abissínia (antigo nome para a Etiópia) vivem no Vale Feliz, protegidos de infortúnios; até que Rasselas, o Príncipe, é tomado por uma insatisfação. Ele deseja conhecer as agruras do mundo, para ao menos descobrir, por contraste, o valor do lugar onde vive. Então foge, com o amigo e poeta Imlac, com a irmã Nekayah e com a criada desta, Pekuah. O grupo peregrina por terras estranhas, conhece diferentes formas de vida – a de um astrônomo, a de um eremita, a de um sábio – e percebe que por trás de cada uma delas há uma sombra de infelicidade. A semelhança com o enredo de Cândido permite que comparemos as visões de Samuel Johnson e de Voltaire – que, sugestivamente, se revelam antagônicas.