Em autobiografia vencedora do Prêmio Pulitzer, jornalista da revista The New Yorker apresenta o surfe em uma perspectiva extremamente pessoal, original e surpreendente. O surfe é um esporte, mas só para os que apenas assistem. Para quem surfa, trata-se de muito mais: um vício, uma arte, um estilo de vida. William Finnegan viveu a infância na Califórnia e no Havaí, e aprendeu cedo a surfar. Ao longo da vida, viajou o mundo em busca das melhores ondas. Amante de livros e de aventuras, tornou-se um escritor e correspondente de guerra de grande prestígio. Mas sua mais perfeita narrativa está em Dias bárbaros, a autobiografia vencedora do Pulitzer na qual ele compartilha, através de sua trajetória no surfe, as histórias da época em que pertencia a uma gangue de meninos brancos em Honolulu, a loucura que impregnou jovens e adultos na década de 1960, sua vivência das ondas mais famosas do mundo e tudo o que aprendeu com elas — do pesar de ter usado LSD para desbravar a baía de Honolua, em Maui, à satisfação intensa de atravessar os recifes da Polinésia de mapa em punho para descobrir uma das maiores ondas que existem. À medida que as viagens de Finnegan o levam cada vez mais longe, suas memórias ganham um viés deliciosamente improvável, quase antropológico, que explora da simplicidade pitoresca de uma aldeia de pescadores em Samoa às excêntricas regras tonganesas para o sexo com estrangeiros. Mais do que um livro de aventura, Dias bárbaros é uma autobiografia inteligente, uma história social e um road movie literário. Apresenta de modo surpreendente o domínio gradual de uma arte tão exigente quanto magnífica, narrado com uma voz que transporta o leitor até as águas, as ondas, os povos e os países que Finnegan conheceu, extrapolando tempo e espaço em uma das melhores viagens que um livro será capaz de proporcionar.