As primeiras histórias europeias da Índia frequentemente refletiam agendas colonialistas. A ideia de que a sociedade indiana havia declinado de uma Idade de Ouro anterior ajudou a justificar a presença colonial. Foi dito, por exemplo, que o budismo moderno havia se afastado de sua identidade original como uma filosofia puramente racional que surgiu na mítica Idade de Ouro do século V aC, imaculada pelas práticas religiosas e culturais que o cercavam. Neste livro, Robert DeCaroli procura situar a formação do budismo em seus contextos sociais e políticos apropriados. É necessário, diz ele, reconhecer que os monges e monjas que incorporaram os primeiros ideais budistas compartilhavam muitas crenças mantidas pelas comunidades em que foram criados. Ao se tornarem membros da sociedade monástica, esses indivíduos não abandonaram suas crenças na eficácia e nos perigos representados por divindades menores e espíritos dos mortos. Sua nova fé, no entanto, deu-lhes novos mecanismos revolucionários com os quais engajar esses seres sobrenaturais.