Aos quarenta anos, com dois filhos, esposa, cachorro, hipoteca e um emprego em tempo integral como professora de direito na Universidade de Georgetown, Rosa Brooks decidiu se tornar policial. Uma acadêmica e jornalista liberal com um interesse duradouro no relacionamento conturbado do direito com a violência, Brooks queria o tipo de experiência privilegiada que a ajudasse a entender como os policiais entendem seu mundo - e se esse mundo pode ser mudado. Em 2015, contra o conselho de todos que ela conhecia, ela se candidatou para se tornar uma oficial de reserva armada e juramentada do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, DC. Naquela época, como agora, a violência policial estava constantemente nos noticiários. O movimento Black Lives Matter estava ganhando força, os protestos destruíram as cidades dos Estados Unidos e a cada dia traziam mais histórias de policiais cruéis e corruptos, violência policial e as disparidades raciais que mancham nosso sistema de justiça criminal. Linhas estavam sendo traçadas, e as pessoas estavam tomando partido. Mas quando Brooks passou pela academia de polícia e começou a trabalhar como patrulheira nos bairros mais pobres e cheios de crimes da capital do país, ela descobriu uma realidade muito mais complexa do que as manchetes sugeriam.