Uma morte em família foi o primeiro caso de um romance que recebeu o prêmio Pulitzer depois da morte do autor, em 1958. James Agee estava prestes a concluir o livro quando morreu, deixando o que muito provavelmente é o ápice de sua obra. Aqui, ele conseguiu concentrar todas as suas obsessões em um formato denso, fértil e definitivo. O amor pela oralidade e pelo inglês “incorreto” das classes menos educadas se expressa no romance com uma liberdade que a poesia não permitiria e que, no cinema do período, se via sempre limitada por atores e diretores. Trata-se de uma história poderosa e tocante sobre uma situação humana universal: a perda de um ente querido. Acompanhamos uma família amorosa e muito unida, que precisa de uma força enorme para enfrentar a tragédia que muda repentinamente a vida daqueles que ficaram. As tensões raciais e sociais dos Estados Unidos de princípios do século XX, a aguda necessidade de uma fé religiosa, uma igualmente aguda incapacidade de crer, a hipocrisia da igreja instituída, o amor pela narrativa como forma de dar acabamento à realidade, e, acima de tudo, o amor que une aquelas pessoas e que, sentimos, unia a elas seu autor, fazem de Uma morte em família uma das grandes joias ocultas do romance norte-americano. “Incrivelmente vivo.” - The New Yorker Prêmio Pulitzer de melhor romance.