Aléxis Zorbás é uma das personagens mais marcantes que a literatura já produziu. Tão forte sua presença que, para o grande público, Zorbás supera seu autor, Nikos Kazantzákis – o mais importante autor grego do sec. XX. Contribuiu para o mitificação da personagem a transposição para o cinema de Vida e Proezas de Aléxis Zorbás, com o nome de Zorba, o Grego (1964). Das raras obras em que o cinema se iguala à literatura, seu sucesso fez com que o livro fosse relançado mundo afora com o título do filme. Kazantzákis, morto em 1957, não chegou a ver a dimensão que seu Zorbás atingiria. A história é narrada por um intelectual grego que, depois de ser chamado de “roedor de papéis” pelo grande amigo Stavridákis , decide lançar-se em uma empreitada arrojada: explorar uma mina de linhito em Creta. Num bar do porto, pouco antes de embarcar, conhece Aléxis Zorbás, a quem contrata para chefiar os trabalhos. Ao chegar à ilha, instalam-se temporariamente na casa de Madame Hortense, uma velha atriz do amor francesa que vive de seu passado e que logo cede aos encantos do empregado-chefe. De dia, enquanto Zorbás comanda os operários na mina, o narrador se enfurna em sua jornada interna banhada pelo mar Líbio e materializada no manuscrito que escreve. À noite, enquanto come a sopa preparada por Zorbás, ele fica a escutar suas histórias, ouvindo-o tocar seu santir, vendo-o dançar.