Carlos Eduardo Gonçalves é doutor em economia pela Universidade de São Paulo e professor da USP desde 2004. É autor de "Pequenas Estórias" e um dos autores de "Sob a Lupa do Economista". Bernardo Guimarães é doutor em economia pela Yale University. Entre 2004 e 2010, foi professor da London School of Economics. Desde 2010, é professor da Escola de Economia de São Paulo - FGV. É autor de "A Riqueza da Nação no Século XXI" Sobre o livro: Este livro ensina economia a partir de seus princípios básicos, usando exemplos lúdicos, mas voltado a questões importantes. A nosso ver, a ciência econômica moderna fornece instrumentos que nos permitem compreender os fenômenos socioeconômicos e encontrar soluções que melhoram a vida das pessoas. Contudo, esse entendimento normalmente não chega ao público. Este livro busca justamente estabelecer esse elo entre o economista acadêmico e a discussão cotidiana. O livro desenvolve e aplica a questões concretas o substrato da lógica econômica, buscando consolidar ao longo dos capítulos os pilares dessa lógica ao invés de entrar em detalhes específicos das discussões dos jornais. Aqui, o leitor não encontrará nada sobre a reunião do Copom, nem os últimos dados da cotação do dólar. Para ensinar economia, falamos de coisas como o colapso da civilização que habitava a Ilha da Páscoa, a fabricação de vinho francês a partir do suco de laranja, e as casas com janelas cobertas por tijolos. Não parece economia? Apenas por enquanto. Em termos de estrutura, o livro está dividido em duas partes. A primeira lança as bases teóricas do pensamento econômico moderno, enquanto a segunda se dedica a aplicar esta lógica, ao entendimento de temas particularmente caros ao país, como educação, comércio e mercados de crédito. O ponto de partida de toda nossa análise está nas escolhas das pessoas e em sua interação com o mundo ao redor. Raciocinando a partir das escolhas individuais, mostraremos como são determinados os preços, os salários, os empregos e a produção da economia. Falaremos sobre a feia fumaça que sobe apagando as estrelas, as leis que apenas parecem aumentar os salários, o problema do pai do Woody Allen, e muitos outros casos. Em seguida, explicaremos quando e porque o governo deve intervir na economia e os princípios básicos que nortearão as decisões sobre políticas públicas. Ficará claro porque o governo não deve interferir com os impactos sobre o preço do ouro de uma charge ofensiva a Maomé feita por um cartunista dinamarquês, e porque o governo deve intervir a fim de reduzir o congestionamento nas ruas de Londres. Entendida a teoria, passaremos a questões ligadas ao debate corrente no Brasil, como tributação e instituições políticas. Não falaremos sobre as particularidades das reformas discutidas na conjuntura, o que importa para nós é a lógica econômica por trás de cada assunto. Por exemplo, se queremos saber sobre as políticas públicas adequadas para a previdência, vamos antes entender o problema das cigarras e das formigas. Isso, no entanto, não significa que trataremos desses temas de maneira abstrata. Para discutir estas questões, é necessário atentar para a realidade, e o livro está recheado de dados reais e de histórias concretas como a de um banqueiro que ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Algumas passagens do livro podem parecer óbvias, mas o óbvio com freqüência desemboca no surpreendente. O Brasil tem constantemente recorrido a truques de economágica para tentar resolver seus problemas, implementando políticas públicas que tentam remediá-los sem tocar em suas causas fundamentais. Claro está, os coelhos não têm saído da cartola. Ao longo do livro, usaremos o arcabouço econômico tanto para desvendar os truques da economágica, como para pensar e propor soluções que de fato funcionem.