No final do anos 20, decidido a tornar-se escritor, o jovem Eric Arthur Blair resolveu viver uma experiência pioneira e radical: submeter-se à pobreza extrema - e depois narrá-la. Em 1928, instalou-se em Paris com algumas economias e começou a dar aulas de inglês - mas em pouco tempo perdeu os alunos e foi roubado. Sem dinheiro, passou fome, penhorou as próprias roupas, trabalhou em restaurantes sórdidos e por fim partiu para a Inglaterra. Enquanto esperava por um emprego incerto, radicalizou ainda mais sua experiência convivendo intensamente com os mendigos de Londres, perambulando de albergue em albergue, atrás de dormida, comida e tabaco. É essa vivência miserável que Orwell relata com humor e indignação, distanciamento e participação. Recusado por várias editoras inglesas, o livro só foi publicado em 1933, trazendo, pela primeira vez, o pseudônimo que consagraria um dos maiores escritores do século XX. Com posfácio de Sérgio Augusto. O livro faz parte da coleção Jornalismo Literário, que lançou clássicos de Gay Talese, Truman Capote e Joseph Mitchell, entre outros.