Na noite de 1964, quando Muhammad Ali (ainda Cassius Clay) subiu ao ringue com Sonny Liston, ele era tido como um sujeito irritante, um sujeito que se movimentava e falava demais. Seis rounds mais tarde, Ali não era apenas o mais novo campeão mundial dos pesos pesados - era "um novo tipo de negro", como ele mesmo se denominou. O rei do mundo reconstitui a trajetória desse lutador que ajudou a transformar a política racial, a cultura popular e a noção de heroísmo dos norte-americanos. Repleto de detalhes saborosos e fotos reveladoras, O rei do mundo mostra Muhammad Ali como uma invenção de si mesmo: desde o menino Cassius e sua infância em Louisville até os treinos obsessivos e a mudança de nome e de religião. Ao descrever as principais lutas de Ali, David Remnick conseguiu capturar o espírito predominante da época que marcou a grande transformação da mentalidade americana, embalada pela ascensão política dos negros, por conflitos morais e pela disseminação de organizações como a Nação do Islã e a Máfia. Recusando-se a assumir qualquer papel exemplar ou corresponder a expectativas, Muhammad Ali marcou uma das décadas mais intensas do século XX - um tempo em que a vida se constituía de enfrentamentos duros, dentro e fora do ringue.