Erich Neumann, conhecido analista junguiano, realiza com esta obra uma interpretação criativa e original da relação entre a psicologia e a mitologia. De acordo com sua tese, a consciência individual passa pelos mesmos estágios arquetípicos de desenvolvimento que marcaram a história da consciência humana como um todo. Esses estágios começam e terminam com o símbolo do Uroboros - a serpente que devora a própria cauda. Os estágios intermediários são projetados nos mitos universais da Criação do Mundo, da Grande Mãe, da Separação dos Pais Terrenos, do Nascimento do Herói, da Morte do Dragão, da Libertação do Cativo e da Transformação e Deificação do Herói. O herói, do começo ao fim dessa sequência, é a consciência do ego em evolução. No prefácio que fez para esta obra, Jung escreve: "[Neumann] foi bem sucedido na elaboração de uma história única da consciência e, ao mesmo tempo, na representação do conjunto dos mitos como a fenomenologia dessa mesma evolução. Desse modo, ele chega a conclusões e a descobertas que estão entre as mais importantes a que se pode chegar nesse campo... O autor assentou os conceitos da psicologia analítica - que para muitas pessoas são tão desconcertantes - em uma base evolutiva firme, e sobre ela erigiu uma ampla estrutura, na qual as formas empíricas do pensamento encontram o seu devido lugar."