Através de diversas vozes, sons e imagens, Valeria Luiselli cria um romance virtuoso. Uma família viaja de carro de Nova York para o Arizona durante as férias de verão, com o objetivo de chegar até a terra dos Apaches. No carro, eles passam o tempo como podem, com jogos e música, mas no rádio a notícia da “crise da imigração” não para de aparecer. Centenas de crianças cruzam a fronteira do México para os Estados Unidos só para serem presas do outro lado ― ou pior, ficarem perdidas no deserto. Conforme a família passa pelos estados do Tennessee, Oklahoma e Texas, a crise que eles mesmos enfrentam se torna mais clara. Os pais se distanciam cada vez mais, e as crianças ― um menino e uma menina ― são puxadas para o abismo que se abre.
"Em Nós somos o clima, Foer nos conta histórias aparentemente desconectadas. Todas, porém, têm um ponto em comum com a atual crise ambiental: elas nos mostram que a diferença entre saber o que está acontecendo e agir a tempo de evitar o pior sempre está em nossas mãos. Além de apresentar números, estatísticas e projeções sobre a mudança climática através de um jogo de perspectivas, o autor nos oferece diferentes maneiras de encarar as informações das quais muitos de nós já dispomos sobre a crise planetária que nos afeta de forma desigual e continua a se agravar. Sobretudo, Foer nos desafia a assumir que ela é resultado direto da vida humana na Terra – e cada vida significa um conjunto de hábitos que precisam ser transformados. Hábitos são difíceis de mudar, quanto mais aqueles construídos ao longo de gerações a fio; hábitos são apoiados em edifícios culturais que transcendem as inclinações e emoções. Sem perder de vista essa condição tão humana, Jonathan Safran Foer nos oferece mais do que informações, projeções e anedotas com as quais nos identificamos. Com este livro, ele coloca em nossas mãos uma proposta simples e prática para enfrentarmos juntos a ameaça à nossa própria vida e, quem sabe, dar uma chance às gerações futuras. Alternando estatísticas e prognósticos sobre a mudança climática com anedotas retiradas da história da humanidade e de sua vida, Jonathan Safran Foer nos oferece tanto um panorama quanto uma lente de aumento para nos ajudar a enxergar e sentir de diferentes maneiras a transformação que nossa casa, a Terra, está sofrendo. Se a crise planetária foi causada pela ação humana – ou por nossa incapacidade de agir –, o autor oferece propostas práticas a fim de lutarmos juntos por uma solução. Jonathan Safran Foer é autor dos romances Tudo se ilumina, Extremamente alto e incrivelmente perto e Aqui estou, e do livro de não ficção Comer animais."
Julho de 1981. Londres. O tímido e trabalhador Steven encontra consolo na beleza. Dezoito anos, ele sonha em ser designer de moda. Ele também é gay, talvez - ele ainda não decidiu. Há muita coisa sobre a qual Steven não tem certeza, como se ele se odeia ou se acha incrível. Quando ele acaba no hospital depois de ser brutalmente atacado por seu pai, ele conhece Jasmine, uma herdeira. Inebriante, anárquica, fabulosa Jasmim. Alimentado por seu amor compartilhado pela moda, uma amizade floresce e logo Steven se vê arrastado para o mundo hedonista dela, totalmente seduzido. No entanto, por baixo do brilho e da frivolidade, está a escuridão. Devastador, deslumbrante, estranho e radical, Royals é uma história de amor entre amigos improváveis de mundos completamente diferentes. É sobre o poder da arte para transformar vidas e o poder das famílias para destruí-las. É sobre descobrir quem você é e o que você quer. É um conto de felicidade vertiginosa, baixos esmagadores e, em última análise, a fragilidade de vidas vividas muito rápido.
Uma coleção lindamente ilustrada das citações mais inspiradoras e ultrajantes de Gloria Steinem, com uma introdução e ensaios da própria ativista feminista "Um livro destemido cheio de paixão, perspectiva resoluta e esperança imparcial para o futuro." --Janelle Monáe Por décadas - e especialmente agora, nestes tempos de crise - pessoas ao redor do mundo encontraram orientação, humor e unidade no dom de Gloria Steinem para criar citações que oferecem esperança e inspiram ação. Desde seus primeiros dias como jornalista e ativista feminista, as palavras de Steinem ajudaram gerações a se fortalecerem e trabalharem juntas. Cobrindo tópicos de relacionamentos ("Muitos estão procurando a pessoa certa. Muito poucos estão tentando ser a pessoa certa.") ao patriarcado ("Os homens são mais apreciados quando vencem. As mulheres são mais apreciadas quando perdem. É assim que o patriarcado é imposto todos os dias.”) e ativismo (“As revoluções, como as árvores, crescem de baixo para cima.”), esta é a coleção definitiva das palavras de Steinem sobre o que mais importa. Steinem vê as citações como "a poesia da vida cotidiana", então ela também incluiu algumas favoritas de amigos, incluindo bell hooks, Flo Kennedy e Michelle Obama, neste livro que vai fazer você querer rir, marchar e criar algumas citações de sua autoria. Na verdade, no final do livro, há um espaço especial para os leitores adicionarem suas próprias citações e outras que acharam inspiradoras. The Truth Will Set You Free, But First It Will Piss You Off! É atemporal e oportuno. É um presente de esperança de Steinem para os leitores e um livro para compartilhar com os amigos.
Jia Tolentino é uma voz sem igual na sua geração. Nestes nove ensaios, escritos numa rara combinação de agudeza e generosidade, ela investiga as forças transformadoras da visão que temos de nós mesmos e do mundo lá fora. Repleto de humor, Falso espelho elucida aquilo que é absurdamente complexo de forma clara e, às vezes, brutal. Um clássico instantâneo com opinião e inteligência singulares.
Em 5 de outubro de 2017, as jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, do New York Times, publicaram uma reportagem bombástica, que mudaria para sempre o debate sobre assédio e abuso sexual. A partir de uma longa e delicada pesquisa, elas descobriram que Harvey Weinstein — produtor de Hollywood responsável por construir e alavancar a carreira de atrizes como Gwyneth Paltrow e Jennifer Lawrence — não apenas assediava mulheres, mas tinha a seu favor uma rede antiga e eficiente de advogados que comprava o silêncio das vítimas em troca de vultosos pagamentos. A revelação foi o estopim para que outras mulheres — famosas e anônimas — compartilhassem suas histórias, fazendo do #MeToo um movimento global e que atingiu praticamente todos os setores da vida pública. Com uma riqueza de detalhes extraordinária, Kantor e Twohey descrevem os bastidores eletrizantes de uma das reportagens mais importantes da década, refletem sobre o futuro do #MeToo e do feminismo e trazem testemunhos das mulheres que se manifestaram — pelo bem de outras, das gerações futuras e delas mesmas.
A genialidade de As ondas, publicado em outubro de 1931, assim como sua complexidade, foi percebida por seu primeiro leitor, Leonard Woolf, como registra Virginia em seu diário: “‘É uma obra-prima’, disse L. esta manhã. ‘E o melhor de seus livros. As primeiras 100 páginas são extremamente difíceis, & é duvidoso que um leitor comum vá muito longe’”. Mesmo que seja um exagero de Leonard, este é, sem dúvida, um livro de difícil leitura. Narrativas anteriores de Virginia, ainda que rompendo com certas convenções do romance da época, seguem um esquema familiar: os personagens agem, falam, pensam, e tudo isso é assinalado; há um enredo que se pode facilmente acompanhar. Isso não está presente em As ondas. Através de “falas” em linguagem elevada, elíptica, literária, acompanhamos a vida de seis personagens (Bernard, Jinny, Louis, Neville, Rhoda, Susan), da infância à velhice. Mas não sabemos precisamente nem o tempo nem os locais em que a “ação” se passa. E, embora o livro siga uma sequência, os eventos de cada uma de suas seções podem ser descritos mais como instantâneos do que como um contínuo. Mas não desista; depois que se pega o jeito da coisa, como diz Bernard, tudo fica mais fácil. Seu tradutor, Tomaz Tadeu, não tem dúvidas: “Se tivesse que escolher o melhor e mais sofisticado dentre os romances de Virginia, não titubearia um segundo: As ondas, de longe”.
Em um momento em que a melancolia política, ambiental e social pode parecer avassaladora, este trabalho notável oferece um caso lúcido, afirmativo e bem argumentado para a esperança. Hope in the Dark traça uma história de ativismo e mudança social nas últimas cinco décadas – desde a queda do Muro de Berlim até as marchas mundiais contra a guerra no Iraque. Seguindo os passos dos pensadores do século passado – incluindo Woolf, Gandhi, Borges, Benjamin e Havel – Solnit evoca uma visão atemporal de causa e efeito que iluminará nosso caminho no escuro e nos levará a um engajamento político profundo e eficaz.
Vencedora do prestigiado NAACP Image Award, uma história exclusivamente americana de trauma, encarceramento e a incrível resiliência do espírito humano (Michelle Alexander) Amplamente saudado como um livro de memórias impressionante, Becoming Ms. Burton é a notável história de vida da renomada ativista Susan Burton. Neste emocionante e emocionante tour-de-force (John Legend), Susan Burton conta comovente sua própria jornada pelo sistema de justiça criminal e sua transformação em uma vida de advocacia. Depois de uma infância de imensa dor, pobreza e abuso em Los Angeles, a trágica perda de seu filho a levou ao vício, que por sua vez levou a prisões e encarceramento. Durante a Guerra às Drogas, Burton foi preso e entraria e sairia da prisão por mais de quinze anos. Quando, por acaso, ela finalmente recebeu tratamento, seu despertar político começou e ela se tornou uma poderosa defensora de um sistema de justiça mais humano, guiado pela compaixão e dignidade (Booklist, resenha estrelada). Sua organização premiada, A New Way of Life, transformou a vida de mais de mil mulheres ex-prisioneiras e é um modelo internacional para uma abordagem menos punitiva e mais eficaz para reabilitação e reentrada. Vencedor de um NAACP Image Award e nomeado o Melhor Livro de 2017 pela Biblioteca Pública de Chicago, aqui está um livro inesquecível sobre a incrível resiliência do espírito humano (Michelle Alexander).
Amós Oz é o mais importante escritor israelense da atualidade. Candidato constante ao prêmio Nobel, fez de sua obra uma reflexão profunda sobre o destino do povo judeu. Quais cicatrizes a história turbulenta do país deixou sobre seus habitantes? Que marcas imprime no indivíduo uma vida atravessada pela guerra? Há solução possível para um conflito que remonta a tempos imemoriais? Judas é exemplo claro da densidade de sua obra. O protagonista é Shmuel Asch, um estudante que se vê em apuros no inverno de 1959: sua namorada o deixou, seus pais faliram e ele foi obrigado a abandonar os estudos na universidade e interromper sua pesquisa - um tratado sobre a figura de Jesus sob a ótica dos judeus. Passado o desespero inicial, ele encontra morada e emprego numa antiga casa de pedra, situada num extremo de Jerusalém. Durante algumas horas diárias, sua função é servir de interlocutor para um velho inválido e perspicaz. Na mesma casa, vive uma mulher bonita e sensual chamada Atalia Abravanel, com quase o dobro de sua idade. Shmuel é atraído por ela, até que a curiosidade e o desejo transformam-se numa paixão sem futuro. Neste romance cheio de lirismo, Amós Oz retorna ao cenário de alguns de seus livros mais apreciados, entre eles Meu Michel e De amor e trevas: a Jerusalém dividida em meados do século XX. Ao lado de seus personagens, Oz é corajoso o bastante para questionar o estabelecimento de um estado para os judeus, com suas consequentes guerras, e se pergunta se seria possível eleger um caminho histórico diferente. Como lembra o ensaísta Alberto Manguel, neste livro Amós Oz revolve, com profunda inteligência e paixão, o coração da tragédia palestina. “Mais uma vez, Oz nos dá uma absoluta, necessária obra-prima.” - Alberto Manguel
Nascido em Marial Bai, no sudoeste do Sudão, Valentino Achak Deng teve uma infância tranqüila. Mas, em 1983, seu país foi dividido ao meio por disputas petrolíferas e pelo empenho do governo em impor o rigoroso conjunto de leis religiosas islâmicas. De maioria católica, as aldeias do sul foram arrasadas pelas milícias árabes do norte, dando início à guerra civil. Sobrevivente do ataque que dizimou sua família e seus amigos, Valentino tem sete anos quando se lança numa fuga desesperada rumo à Etiópia. Logo encontra um grupo de meninos perdidos, com quem percorre mais de mil quilômetros a pé, em geral à noite, para escapar dos bombardeios e do ataque das milícias. A escuridão, porém, não os protege de leões, crocodilos e das doenças que os fazem enterrar vários de seus companheiros. Valentino sobrevive. Depois de três anos num campo de refugiados etíope e dez num campo queniano, emigra em 2001 para os Estados Unidos. Ali conhece Dave Eggers, que transforma sua história em livro. Verdadeiro épico de privações e provações inacreditáveis, O que é o Quê narra essa tragédia pessoal e coletiva com pitadas de lirismo e leveza dignas da melhor literatura. "O relato humano e devastador da sobrevivência de um homem contra as piores probabilidades" - Michiko Kakutani, The New York Times
Entre a autobiografia e o romance, De amor e trevas é a extraordinária recriação dos caminhos percorridos por Israel no século XX, da diáspora à fundação de uma nação e de uma língua: o hebraico moderno. É também uma reflexão sobre a história do sionismo e a criação de Israel como necessidade histórica de um povo confrontado com a ameaça de extinção. Ganhador do Prêmio France Culture de 2004 e do Prêmio Goethe do mesmo ano, o livro extrai sua grandeza da simplicidade de um gesto narrativo que faz do olhar de um menino o fio condutor de uma história vigorosa e bela da constituição da identidade de um garoto e uma nação. Essa confluência é sintetizada em cenas que marcaram a memória do escritor, como a da multidão que ouve pelo rádio, numa praça de Jerusalém, a votação da ONU que determinou a criação do Estado de Israel - cenas que se imprimem na mente do leitor com uma notável força narrativa. Confrontado com o suicídio da mãe aos doze anos, três anos depois Oz declara sua independência e volta as costas para o mundo em que crescera a fim de assumir uma nova identidade num novo lugar: o kibutz Hulda, na fronteira com o mundo árabe. "Provavelmente a obra literária mais vendida na história de Israel [...]. É um dos livros mais engraçados, trágicos e comoventes que já li." - Linda Grant, The Guardian
Um dos romances mais cultuados de nosso tempo, em aguardada tradução de Paulo Henriques Britto. Neste que é um dos romances mais importantes da atualidade, David Mitchell combina o gosto pela aventura, o amor pelo quebra-cabeça nabokoviano e o talento para a especulação filosófica e científica na linha de Umberto Eco, Haruki Murakami e Philip K. Dick. Conduzindo o leitor por seis histórias que se conectam no tempo e no espaço – do século XIX no Pacífico ao futuro pós-apocalíptico e tribal no Havaí –, Mitchell criou um jogo de bonecas russas que explora com maestria questões fundamentais de realidade e identidade.