O cérebro humano possui algumas aptidões ausentes nos cérebros dos demais seres vivos. Nossa posição dominante no planeta se deve a estas particulares habilidades. Outros animais possuem músculos mais robustos ou mandíbulas mais afiadas, mas nós temos cérebros mais sofisticados.Se algum dia os cérebros artificiais superarem a inteligência dos cérebros humanos, então esta nova superinteligência pode se tornar muito poderosa. Assim com o destino dos gorilas hoje depende mais dos humanos do que dos próprios símios, o destino da nossa espécie também se tornaria dependente das ações destas máquinas superinteligentes.Mas nós temos uma vantagem: começamos a dar o primeiro passo.
Além de filósofo da moral e célebre ateísta, Sam Harris é um praticante entusiasmado de meditação, tendo viajado o mundo para estudar com diversos gurus. Neste livro, ele concilia os dois aspectos de sua vida e comprova como a meditação e a prática contemplativa não têm como pré-requisito qualquer tipo de crença “mística” ou “espiritual”; pelo contrário, para ele a meditação provaria que esses conceitos não existem. Harris se vale de seu próprio envolvimento com a prática e de aspectos da neurociência e da filosofia para provar seu argumento. Em suma, um olhar detido sobre como funciona a meditação e como ela pode aliviar o stress, aproximar as pessoas e nos ajudar em batalhas cotidianas. “Uma obra-prima extraordinária e ambiciosa (...) espetacular!” - Maria Popova, do site Brainpickings “Sam Harris está entre os meus céticos favoritos.” - Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional e Foco Matérias relacionadas/vídeos Sam Harris responde algumas perguntas, comenta opiniões e fala sobre seu livro Despertar em programa do Huffington Post.
Ateu praticante, defensor da Guerra do Iraque e crítico feroz do trabalho de Madre Teresa, Christopher Hitchens é um jornalista que coleciona inimigos e mantém o espírito controverso que fascina tantos leitores por todo o mundo. Hitch-22 nos leva a decifrar o passado e de certa forma compreender o grande autor por trás de livros como Deus não é grande e Amor, pobreza e guerra. É simplesmente impossível não se sensibilizar e se divertir com o rico personagem de carne e osso que se descortina diante de nós.
Christopher Hitchens, um dos intelectuais mais polêmicos e influentes dos últimos 30 anos, coloca em xeque o papel da religião em livro que é best-seller mundial “Deus não criou o homem à sua própria imagem, foi o contrário”. Essa afirmação norteia o escritor e jornalista britânico Christopher Hitchens no livro Deus não é grande – como a religião envenena tudo. Como todo e qualquer ser supremo, na verdade, Deus não passaria de uma criação humana, e as consequências disso são a profusão de deuses e de religiões e as guerras entre e no interior dos credos e que retardaram o desenvolvimento da civilização. A religião organizada, por ser imoral, irracional, intolerante e racista, segundo o autor, degrada as crianças ao doutriná-las e provoca a repressão sexual; controla a alimentação e aumenta a culpa ao multiplicar as proibições mais arbitrárias possíveis; distorce as origens do ser humano e do cosmos; incentiva o fanatismo, sendo cúmplice da ignorância e do obscurantismo. Mesclando erudição e humor, Hitchens chega a essas conclusões se apoiando em experiências pessoais, fatos históricos e análises críticas de textos religiosos. As análises se concentram no cristianismo, judaísmo e islamismo, mas também há menções ao budismo e ao hinduísmo. Sua perspicácia o levou a travar célebres embates contra ícones incontestáveis da religiosidade e do bem, como madre Teresa de Calcutá, que será canonizada pelo Vaticano em setembro 2016. Hitchens relata como o jornalista Malcolm Muggeridge lançou a marca “Madre Teresa” em todo o mundo ao contar o episódio em que ela teria emitido um brilho, um halo luminoso. A verdade, esclarece Hitchens, é que o suposto “milagre” devia-se à filmagem em condições de pouca luz e com um novo tipo de filme da Kodak. Suas objeções à fé religiosa também englobam casos de pedofilia na Igreja Católica dos Estados Unidos, episódios de intolerância religiosa entre católicos e protestantes na Europa e conflitos motivados pelo radicalismo de judeus e muçulmanos no Oriente Médio. Hitchens defende que nenhuma religião oferece uma resposta satisfatória às questões fundamentais da existência humana, cujos dilemas morais e éticos, segundo ele, estariam mais bem representados em autores clássicos, como Shakespeare, Dostoiévski e Tólstoi, do que em qualquer escritura sagrada. Em sua visão, o ideal seria que a ética e a investigação científica substituíssem a religião. “Se você dedicar um pouco de tempo a estudar as impressionantes fotografias tiradas pelo telescópio Hubble, estará examinando coisas que são muito mais assombrosas e belas – e mais caóticas e atordoantes e ameaçadoras – que qualquer história da criação”, assegura o autor. Herdeiro intelectual de George Orwell e de Thomas Paine, Christopher Hitchens foi um autêntico livre pensador e manteve sua coragem e seus princípios até o fim da vida. Morreu em 2011, um ano e meio depois de descobrir que tinha câncer no esôfago, e não se curvou nem nesse momento diante de divindades ou de religiões.
Trazendo à vida pesquisas científicas em psicologia, neurociência cognitiva, filosofia e economia comportamental, este livro best-seller revela o que os cientistas descobriram sobre a capacidade exclusivamente humana de imaginar o futuro e sobre nossa capacidade de prever o quanto gostaremos quando chegarmos lá. • Por que os amantes são mais rápidos em perdoar seus parceiros por infidelidade do que por deixar pratos sujos na pia? • Por que as pessoas que enxergam pagam mais para evitar ficarem cegas do que as pessoas cegas pagam para recuperar a visão? • Por que os companheiros de jantar insistem em pedir refeições diferentes em vez de obter o que realmente querem? • Por que os pombos parecem ter uma mira tão excelente; por que não podemos lembrar de uma música enquanto ouvimos outra; e por que a fila do supermercado sempre diminui no momento em que entramos nela? Neste livro brilhante, espirituoso e acessível, o renomado psicólogo de Harvard Daniel Gilbert descreve as fraquezas da imaginação e as ilusões de previsão que fazem com que cada um de nós conceba mal nossos amanhãs e subestime nossas satisfações. Com insight penetrante e prosa brilhante, Gilbert explica por que parecemos saber tão pouco sobre os corações e mentes das pessoas que estamos prestes a nos tornar.
Em abril-maio de 1994, 800.000 tutsis ruandeses foram massacrados por seus concidadãos hutus – cerca de 10.000 por dia, a maioria sendo mortos a golpes de facão. Em Machete Season, o veterano correspondente estrangeiro Jean Hatzfeld relata os resultados de suas entrevistas com nove dos assassinos hutus. Eram todos amigos que vieram de uma única região onde ajudaram a matar 50.000 de seus 59.000 vizinhos tutsis, e todos eles estão agora na prisão, alguns aguardando execução. Geralmente se presume que os assassinos não dirão a verdade sobre suas ações brutais, mas Hatzfeld arrancou testemunhos extraordinários desses homens sobre o genocídio que cometeram. Ele corretamente vê que o relato deles levanta tantas perguntas quanto respostas. Adabert, Alphonse, Ignace e os outros (a maioria fazendeiros) contaram a Hatzfeld como o trabalho foi dado a eles, o que pensavam sobre isso, como o fizeram e quais foram suas reações ao banho de sangue. "Matar é mais fácil do que cultivar", diz um deles. "Entrei, sem problemas", diz outro. Cada um descreve como foi a primeira vez que matou alguém, como se sentiu quando matou uma mãe e um filho, como reagiu ao matar um conhecido cordial, como “cortar” uma pessoa com um facão diferia de “cortar” um bezerro ou uma cana-de-açúcar. E eles tiveram muito tempo para contar a Hatzfeld também sobre se e por que haviam reconsiderado seus motivos, sua responsabilidade moral, sua culpa, remorso ou indiferença pelos crimes. A meditação de Hatzfeld sobre o testemunho banal e horrível dos genocidas e o que isso significa é lúcida, humana e sábia: ele relaciona o horror de Ruanda a crimes de guerra e a outros episódios genocidas da história humana. Especialmente desde o Holocausto, tem sido convencional presumir que apenas o mal depravado e monstruoso encarnado poderia perpetrar tais crimes, mas pode ser, ele sugere, que tais ações estejam dentro do domínio da conduta humana comum. Ler este livro perturbador, esclarecedor e muito corajoso é considerar sob uma nova luz o fundamento da moral e da ética humanas.
Este livro é uma defesa a um só tempo lúcida e apaixonada da razão. Nele, como o próprio título diz, um dos mais influentes filósofos norte-americanos da atualidade se questiona sobre o modo como as tentativas de compreender e de justificar chegam a um termo. Aos que defendem a perspectiva subjetivista, segundo a qual a primeira pessoa, do singular ou do plural, se esconde no interior de tudo aquilo que dizemos ou pensamos, Thomas Nagel contrapõe o ponto de vista racionalista, de acordo com o qual a razão pode servir de instância de apelação não só contra as opiniões transmitidas e os hábitos da comunidade, mas também contra as peculiaridades de nossa perspectiva pessoal. Indo de encontro às diversas formas contemporâneas de subjetivismo e de relativismo, o autor sustenta que a idéia de razão remete a métodos de justificação não localizados e não relativos - métodos que distinguem entre universidade legítima e inferências ilegítimas, e que almejam atingir a verdade em sentido não relativo.
William Miller embarca em uma jornada sedutora ao mundo do desgosto, mostrando como ele traz ordem e significado às nossas vidas, mesmo quando nos horroriza e nos revolta. Nossa noção do eu, intimamente dependente de nossa resposta às excreções e secreções de nossos corpos, depende disso. As identidades culturais recorrem frequentemente aos seus poderes de policiamento de fronteiras. O amor depende de superá-lo, enquanto o prazer do sexo vem em grande parte da excitante violação das proibições de desgosto. Imagine a estética sem repugnância pelo mau gosto e pela vulgaridade; imagine a moralidade sem desgosto pelo mal, hipocrisia, estupidez e crueldade. Miller detalha nossa relação ansiosa com os processos básicos da vida: comer, excretar, fornicar, decair e morrer. Mas a repugnância vai além da carne para vivificar a ordem social mais ampla com o idioma que ela comanda das visões, cheiros, sabores, sensações e sons da fisicalidade carnal. Desgosto e desprezo, argumenta Miller, desempenham papéis políticos cruciais na criação e manutenção da hierarquia social. A democracia depende menos do respeito pelas pessoas do que de uma distribuição igualitária do desprezo. O desgosto, no entanto, sinaliza uma divisão perigosa. A crença dos altos de que os baixos realmente cheiram mal, ou são fontes de poluição, ameaça seriamente a democracia. Miller argumenta que a repugnância está profundamente enraizada em nossa ambivalência em relação à vida: angustia-nos que o justo seja tão frágil, tão facilmente reduzido à impureza, e que o imundo possa parecer mais do que justo em certos ângulos de luz. Quando estamos enojados, estamos tentando estabelecer limites, manter o caos à distância. Claro que falhamos. Mas, como Miller aponta, nosso fracasso dificilmente é uma ocasião para desespero, pois o desgosto também ajuda a animar o mundo e a torná-lo um lugar perigoso, mágico e excitante.
Dzogchen, uma tradição da escola Nyingma do budismo tibetano, é considerado por muitos como um caminho extremamente poderoso para a iluminação. Este livro inovador oferece traduções de quatro textos sagrados da tradição Dzogchen: Instrução Secreta em uma Guirlanda de Visão, The Flight of the Garuda, Esvaziando as Profundezas do Inferno e a Oração de Concessão de Desejos de Kuntu Zangpo. Com uma introdução informativa pelo tradutor, Flight of the Garuda é um recurso inestimável para a prática e bolsa de estudos. Flight of the Garuda transmite o conselho do coração de um dos mestres não sectários mais amados do Tibete. Ordenado como monge Gelug, o iogue itinerante Shabkar era conhecido por seus ensinamentos sobre Dzogchen, a prática do coração da linhagem Nyingma. Ele vagou pelo interior do Tibete e do Nepal, voltando muitas mentes para o Dharma através de sua habilidade de comunicar a essência dos ensinamentos de uma forma poética e cristalina. Budistas de todos os tipos, incluindo praticantes de Zen e Vipassana, encontrarão amplo sustento nas páginas deste livro e ficarão emocionados com os insights líricos transmitidos nas palavras de Shabkar. Junto com a música de Shabkar, o tradutor Keith Dowman inclui vários outros textos seminais do Dzogchen. A prática do Dzogchen nos leva à comunhão direta com a natureza mais sutil de nossa experiência, a unidade do samsara no nirvana, conforme experimentada em nossa própria consciência. Dentro da escola Nyingma, é considerado mais elevado do que as práticas do tantra para trazer o meditador face a face com a natureza da realidade.
Desafiando, com vários argumentos poderosos, algumas de nossas crenças mais profundas sobre racionalidade, moralidade e identidade pessoal, Derek Parfit afirma que temos uma visão falsa sobre nossa própria natureza. Muitas vezes é racional agir contra nossos próprios interesses, argumenta ele, e a maioria de nós tem visões morais que são autodestrutivas. Muitas vezes agimos de forma errada, embora saibamos que não haverá ninguém com motivos sérios para reclamar, e quando consideramos as gerações futuras é muito difícil evitar conclusões que a maioria de nós achará muito perturbadora.
História da filosofia ocidental é uma obra monumental, que inclui muitos dos mais discutidos autores nas diferentes áreas do conhecimento: da lógica às ciências políticas, da economia à antropologia. Bertrand Russell, considerado um dos maiores pensadores dos séculos XIX e XX, reflete de modo muito eclético e espirituoso sobre a filosofia ocidental desde os pré-socráticos até seus dias. Dividido em três volumes, o boxe é inédito no Brasil. Uma obra imperdível tanto para os amantes de filosofia quanto para quem quer conhecer um pouco mais sobre os grandes pensadores da nossa história.
Neste trabalho monumental, o célebre neurobiólogo e primatólogo Robert M. Sapolsky analisa o lado bom e o ruim do comportamento humano para responder à pergunta: afinal, por que agimos de determinada maneira? Somos capazes de cometer atos terríveis de violência, mas também de agir de forma igualmente bondosa e empática uns para com os outros. Neste livro, Robert M. Sapolsky explora as diferentes camadas que compõem cada um dos comportamentos humanos, buscando entender como nosso cérebro evoluiu em paralelo com a cultura — e como essa complexa dinâmica ajuda a definir os impulsos que nos moveram ao longo da história. Eleito um dos melhores livros de 2018 pelos jornais Washington Post e Wall Street Journal, e narrado com sensibilidade e bom humor, Comporte-se é um trabalho fascinante que investiga não só o que nos torna humanos, mas os problemas que nos afligem desde sempre: a intolerância, a violência e os limites entre a moralidade e o livre-arbítrio.
Elon Musk nomeou Our Final Invention como um dos 5 livros que todos deveriam ler sobre o futuro Um livro definitivo de tecnologia da Huffington Post de 2013 A Inteligência Artificial ajuda a escolher quais livros você compra, quais filmes você assiste e até mesmo com quem você namora. Ele coloca o "smart" no seu smartphone e logo ele vai dirigir seu carro. Ele faz a maior parte dos negócios em Wall Street e controla a infraestrutura vital de energia, água e transporte. Mas a Inteligência Artificial também pode ameaçar nossa existência. Em apenas uma década, a IA poderia igualar e superar a inteligência humana. Corporações e agências governamentais estão despejando bilhões para alcançar o Santo Graal da IA - inteligência em nível humano. Uma vez que a IA o tenha alcançado, argumentam os cientistas, ele terá impulsos de sobrevivência muito parecidos com os nossos. Podemos ser forçados a competir com um rival mais astuto, mais poderoso e mais estranho do que podemos imaginar. Por meio de perfis de visionários da tecnologia, vigilantes da indústria e sistemas de IA inovadores, nossa invenção final explora os perigos da busca imprudente de IA avançada. Até agora, a inteligência humana não teve rival. Podemos coexistir com seres cuja inteligência supera a nossa? E eles permitirão que o façamos?
— A razão, a imaginação e toda a tagarelice mental se extinguiram... Esqueci meu nome, minha humanidade, minha coisidade, tudo o que poderia ser chamado de eu ou meu. Passado e futuro desapareceram... Mais leve que o ar, mais claro que o vidro, totalmente liberado de mim mesmo, eu não estava por perto. Assim, Douglas Harding descreve sua primeira experiência sem cabeça, ou sem eu. Publicado pela primeira vez em 1961, este é um trabalho clássico que transmite a experiência que os místicos de todos os tempos tentaram colocar em palavras.
Questões Mortais de Thomas Nagel explora algumas questões fundamentais relativas ao significado, natureza e valor da vida humana. Perguntas sobre nossas atitudes em relação à morte, comportamento sexual, desigualdade social, guerra e poder político levam a problemas filosóficos mais óbvios sobre identidade pessoal, consciência, liberdade e valor. Este livro original e esclarecedor visa uma forma de compreensão teórica e pessoal em seu envolvimento vivo com o que são literalmente questões de vida e morte.
Best-seller do New York Times: Uma exploração provocativa e imaginativa da natureza e do progresso do conhecimento Neste livro inovador, o premiado físico David Deutsch argumenta que as explicações têm um lugar fundamental no universo – e que melhorá-las é o princípio regulador básico de todo empreendimento humano bem-sucedido. Levando-nos em uma jornada por todos os campos fundamentais da ciência, bem como pela história da civilização, arte, valores morais e a teoria das instituições políticas, Deutsch rastreia como formamos novas explicações e abandonamos as ruins, explicando as condições sob as quais o progresso – que ele argumenta ser potencialmente ilimitado – pode e não pode acontecer. Extremamente ambicioso e altamente original, The Beginning of Infinity explora e estabelece conexões profundas entre as leis da natureza, a condição humana, o conhecimento e a possibilidade de progresso.
Esteja Com Você é um livro de 'Citações Espontâneas' do Mestre Auto-Realizado, Shri Ramakant Maharaj, um discípulo direto de Shri Nisargadatta Maharaj. "O Conhecimento Direto Espontâneo está além de todo conhecimento lógico, intelectual, filosófico, espiritual. Este Conhecimento é Conhecimento Universal, seu Conhecimento". O Mestre fala da sua Realidade, sua Presença Invisível que é anterior a, e além da forma-corpo, porque, na Verdade, você é Não-Nascido.
Como nos sentimos quando nosso amigo aparece com um presente de feriado e não temos nada pronto para dar em troca? O que está por trás de nossos pequenos pânicos sociais e das manobras que usamos para não perder a face? Reconhecendo o quanto nos preocupamos com a forma como os outros nos veem, este livro sábio e espirituoso aborda o assunto complexo da humilhação e das emoções que nos mantêm como atores sociais que se prezam. William Ian Miller escreve astutamente sobre uma série de ocasiões sociais caseiras e aparentemente banais e nos mostra o que está enterrado por trás delas. Na opinião dele, nossas vidas são permeadas de rituais de vergonha e humilhação às vezes meramente desconfortáveis, às vezes arrepiantes. Pegue o convite indesejado para jantar, a troca de namorados na escola primária ou a invenção diabolicamente engenhosa do registro de noivas. Os leitores não terão dificuldade em reconhecer as situações sociais que ele considera indicativas de nossas relações muitas vezes perigosas uns com os outros.
O americano Truman Capote foi um escritor versátil: produziu textos de qualidade em vários gêneros (contos, peças, reportagens, adaptações para TV e roteiros para filmes). Mas sua grande obra foi o romance-reportagem A sangue frio, que conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, e dos autores da chacina. Capote decidiu escrever sobre o assunto ao ler no jornal a notícia do assassinato da família, em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. Além de narrar o extermínio do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon - uma típica família americana dos anos 50, pacata e integrada à comunidade -, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos. Perry Smith e Dick Hikcock planejaram o crime acreditando que se apropriariam de uma fortuna, mas não encontraram praticamente nada. Perry era um sonhador. Teve criação conturbada e violenta, e achava que a vida lhe tinha dado golpes injustos. Dick, considerado o cérebro da dupla, queria apenas arrebatar o dinheiro e desaparecer. Presos e condenados, ambos morreram na forca em 1965. Publicado no mesmo ano da execução dos assassinos, A sangue frio rapidamente se tornou um sucesso de crítica e vendas, rendendo alguns milhões de dólares ao autor. A intensa relação que Capote estabeleceu com suas fontes foi determinante para o êxito da obra. Além de passar mais de um ano na região de Holcomb, investigando e conversando com moradores, ele se aproximou dos criminosos e conquistou sua confiança. Traçou um perfil humano e eloqüente dos dois "meninos", como costumava chamá-los. Por seu estilo que combina a precisão factual com a força emotiva da criação artística - um romance de não-ficção, nas palavras do próprio autor -, A sangue frio é um marco na história do jornalismo e da literatura dos Estados Unidos. Reflexão sutil sobre as ambigüidades do sistema judicial do país, o texto desvenda o lado obscuro do sonho americano.